McClaggan e o trecho publicado - Por Dino Thomas
Analisando a Murta-Que-Geme
Com relação ao banheiro, é interessante observar um pequeno erro (de Rowling ou da tradução ou edição brasileira?) na página 116 do livro a Câmara Secreta Hermione diz que a Murta que geme assombra um “banheiro das meninas no primeiro andar” e mais tarde o mesmo banheiro é descrito como sendo próximo ao local em que apareceu a Madame Norra petrificada, no segundo andar...
As casas de Hogwarts
Algumas pessoas me cobram voltar a escrever colunas próprias, mas a verdade é que já estou ficando sem assunto. As coisas que pesquisei e que realmente me chamaram a atenção já foram todas mencionadas. Há só um ou outro ponto, uma ou outra característica de algum personagem, que talvez possa dar material para mais uma coluna minha. Não que não haja assunto e vemos a Karol e o Harrylian, além da Luana, empenhados em escrever novas colunas, sobre Luna, oclumência, Dumbledore, todos temas relevantes. Mas a verdade é que euzinha não creio que tenha muito a acrescentar sobre eles. Então não sei se vou conseguir manter a freqüência quinzenal das colunas. Talvez recorra a novas resenhas de colunas que li e achei interessantes.
Hoje, entretanto, ainda tenho um tema para minha quadragésima coluna. Trata-se das características das casas de Hogwarts. O motivo para falar delas é o tanto de incompreensão que a vi a respeito em diversos fóruns e listas de discussões, inclusive na primeira versão do nosso fórum, quando abrimos as casas e não havia membros da Lufa-lufa.
O chapéu seletor coloca os estudantes nas diversas casas seguno suas características, o que provavelmente os ajuda a fazer amigos nelas, já que compartilham alguns valores básicos. Sabemos quais são as características de cada uma delas. Ou achamos que sabemos. Na verdade, na hora das discussões, é possível ver que as essoas interpretam de modo muito diferente as canções do chapéu.
Primeiro vejamos o que sabemos sobre cada uma delas. Começo pela Corvinal, uma das menos controversas. Fica bem claro que é a casa dos que se destacam pela inteligência, saber e espírito. Embora tenhamos conhecido muitos membros da casa: Cho, Luna, Miguel Corner, Padma Patil, o Professor Flitwick, entre outros, não deu para ter uma idéia de como de fato é a interação deles. Já vi gente dizendo que o povo da Corvinal é individualista, mas não creio que tenhamos base para esse tipo de afirmação, nem tampouco para refutá-la inteiramente.
Grifinória é a casa dos valentes e nobres. É a casa que conhecemos melhor, pois nela estão os personagens que conhecemos melhor. Há bastante diversidade entre eles, do Hagrid ao Pettigrew, de Hermione a Neville, de Percy aos gêmeos. Mais ou menos habilidosos, leais, ambiciosos ou inteligentes, a coragem deveria ser a sua característica fundamental e realmente a detectamos na maior parte dos grifinórios conhecidos, embora eu não tenha conseguido ver aonde está a coragem de Rabicho. Mas não por acaso é uma casa que fornece muitos quadros para a Ordem da Fênix e para a Armada de Dumbledore.
Nossos problemas de interpretação se tornam maiores nas demais casas. Sonserina é descrita de modo diferente nas três canções do chapéu que vimos até agora. Na primeira é colocada como a casa dos astutos, que usam qualquer meio para atingir seus fins. Na canção que Harry ouve em seu quarto ano, a ambição é a qualidade enfatizada, mais do que a astúcia. É verdade que na primeira canção ela não estava de fora, já que a busca sem freios pelos seus próprios fins, denota ambição. Na canção do quinto ano, entretanto, a questão da pureza de sangue parece ganhar maior relevância. Será que os bruxos de puro sangue são mais ambiciosos e astutos? E vice-versa? Por que uma coisa estaria relacionada à outra? Ou será que o chapéu seletor leva em conta as duas coisas, meio que tirando uma média delas?
Uma coisa que notei acerca de como a sonserina é vista, é que muita gente atribui aos seus membros inteligência, esquecendo que ela é a casa de duas bestas quadradas como Crabbe e Goyle. O fato de ter pessoas sarcásticas entre seus membros, como Snape e Malfoy não significa nem que todos os sonserinos seja sarcásticos, nem muito menos que sejam inteligentes ou saibam ser sutis. É claro que a sutileza de um Malfoy ( e aqui me refiro a Lúcio E Draco) pode ser útil na arte da manipulação astuta das pessoas para se atingir a um fim, mas não é a única forma em que a astúcia e a ambição podem se manifestar.
Outra questão que envolve a Sonserina é o fato dela ser associada aos bruxos das trevas. Hagrid menciona no primeiro livro que todos os que se associaram a Voldemort vieram de lá. Mas temos que ter cautela ao interpretar essa passagem. Em primeiro lugar porque Hagrid está exagerando. Sabemos que não é verdade, Pettigrew não era Sonserino, nem Sirius Black (que, àquela altura ainda era tido por Hagrid como um grande aliado de Voldemort). Por outro lado, seria mesmo de se esperar que Voldemort encontrasse uma percentagem maior de aliados na Sonserina, tanto pelo lado de sua ênfase na pureza do sangue, como pelo fato da casa abrigar gente mais levada pela ambição e astúcia. Estas qualidades, porém, por si só não levam à maldade nem aos crimes perpretados pelos Comensais da Morte. Nem a inteligência, coragem ou lealdade são qualidades que garantam o bom caráter de ninguém.
Uma dúvida que não consigo sanar é por que o chapéu seletor cogitou seriamente de colocar Harry lá. Harry é um tanto competitivo, mas não me parece amabicioso. Muito menos usa de quaisquer meios para atingir seus fins, mesmo que não tenha muitos escrúpulos em quebrar regras. Ele as quebra sim, mas quando o faz não é para atingir fins pessoais, ambiciosos. Geralmente quando quebra regras é para melhor enfrentar Voldemort ou para ajudar seus amigos (como no caso de Norberto). Talvez o chapéu não estivesse olhando só para Harry, mas para a conexão entre o rapaz e Voldemort, que, segundo penso, é garantida por uma pequena parte do Lord das Trevas ter ficado na cicatriz do rapaz.
Outra questão envolvendo a Sonserina é o seu fundador. Muitas vezes Salazar Slytherin é colocado como alguém terrivelmente perverso. Tenho minhas dúvidas se de fato foi assim. Afinal, ele foi muito amigo dos demais fundadores da escola. E, embora o preconceito contra trouxas e nascidos trouxas seja sempre algo condenável, era mais compreensível numa época em que bruxos eram muito mais perseguidos do que nos tempos atuais. Ou seja, sabemos sim que Slytherin era preconceituoso, mas será que ele era tão mau quanto seu último descendente? Não me parece.
Alguém poderia dizer que deixar o basilisco para matar nascidos trouxas é um requinte de crueldade. Realmente é. Só que sabemos muito pouco acerca dessa história. Que bicho é esse que fica mil anos preso numa Cãmara Secreta? O professor Binns disse que a história do monstro da Câmara era uma lenda. E se isso for verdade? E se a Câmara foi construída com outra finalidade e o monstro foi parar ali por obra e graça de Tom Riddle? Se Slytherin tinha tanta raiva dos nascidos trouxas, por que não usou o monstro enquanto estava em Hogwarts? Qual o propósito de prender um basilisco que deverá ser usado pelo seu herdeiro mais de novecentos anos depois? Essas questões podem simplesmente ser mais um monte de coisas esquisitas que aparecem numa história quando começamos a questionar muito, mas acredito que saberemos mais sobre Slytherin e a Câmara no próximo livro.
Finalmente chegamos à casa mais imersa em interpretações conflitantes, a Lufa-lufa. A confusão se dá pelas muitas coisas diferentes que os livros dizem acerca dela. Logo que ouvimos falar em casas, quando Malfoy ainda está experimentando vestes na loja de Madame Malkin, o garoto manifesta um profundo desprezo pela casa e um horror à idéia de dela fazer parte. Em seguida é Hagrid que comenta que muitos dizem que ela só tem panacas. Quando o chapéu seletor finalmente canta sua primeira canção diz que é a casa dos justos, leais, pacientes, sinceros, sem medo da dor. São muitas qualidades, não? Por que alguém assim caracterizado seria considerado panaca? Apesar do que diz o chapéu, ainda no primeiro livro há um reforço da idéia de que a Lufa-lufa não deve valer muito a pena. Hermione parece achar que ela não presta, o seu time de quadribol não é levado muito a sério e ela fica em último lugar no campeonato das casas daquele ano.
Nos livros dois e três não há canções do chapéu, mas há um fato significativo. Apesar de não darem muita bola para ela, é a única casa que ganha um jogo contra Harry em toda a série. Na canção do quarto ano, já não é mencionada nenhuma das qualidades anteriores e ela é descrita como a casa dos aplicados. Volta-se a passar uma idéia de que trata-se de uma casa não tão interessante, quando se afirma que a escolha de Cedrico representou uma glória rara para a casa. Por fim, no quinto ano, o chapéu diz que para a Lufa-lufa foi o resto, isto é, aqueles que não se caracterizavam pela inteligência, nem pela astúcia, nem pela coragem.
Se já havia um certo preconceito contra a Lufa-lufa, com muita gente assumindo o que foi verbalizado por Draco, confirmado por Hagrid, e que esteve presente nesse pequenos detalhes que mencionei, depois do livro cinco é que o desprezo pela Lufa-lufa ficou realmente forte. A Lufa-lufa passou a ser vista de fato por muitos fãs da série como a casa dos panacas. E as pessoas esquecem que é dela que sai o único campeão de Hogwarts e o vencedor do torneio Tribruxo, Cedrico Diggory. Sim, pois aparentemente Harry não foi escolhido pelo Cálice para representar Hogwarts. O falso Moody insinua que o Cálice teria sido induzido a pensar que havia uma quarta escola e parece bastante plausível que de fato tenha sido isso o que o levou a escolher um garoto tão pouco treinado quanto Harry. E se Harry também ganha o torneio, junto comCcedrico, é porque teve “ajuda” em muito maior escala. Tudo leva a crer que, não fora a interferência de Crouch Jr., seria Cedrico o único campeão do torneio.
Pois apesar disso e das qualidades da professora Sprout, enquanto professora e enquanto criadora das mandrágoras que salvam os petrificados no segundo livro, muitos fãs acham que Lufa-lufa é a casa dos ineptos. Quando ainda não se sabia a casa dos Marotos, muita gente dizia que Pettigrew era da Lufa-lufa, ou tinha características daquela casa. Eu quase tive um treco num fórum, lembrando aos membros que a Lealdade é uma característica da casa, qualidade que certamente faltava a Rabicho. Na minha interpretação essa seria a última casa onde ele poderia ser colocado.
Mas no meio de tantas coisas diferentes ditas sobre a Lufa-lufa, o que a caracteriza de fato? Pensemos nos membros dela: Cedrico, Macmillan e a professora Sprout são os que melhor conhecemos e todos apresentam as seguintes características; são pessoas afáveis, trabalhadoras, que não saem por aí se jactando dos seus feitos. Os lufas parecem trabalhar em grupo e dar suporte um ao outro (pensem em como defenderam Justino, quando acharam que estava sendo ameaçado por Potter). São muito sinceros em suas convicções e não têm dificuldade em reconhecer os seus erros. Macmillan se desculpou com Harry quando viu que o julgara mal. Cedrico faz questão de retribuir a dica que recebera. Zacarias Smith, apesar de suas dúvidas, acaba aceitando a liderança de Harry sem problemas. Por que então a Lufa-lufa parece ter o desprezo de tantos bruxos? E quais são de fato as suas qualidades?
Como as coisas sobre a Lufa-lufa estão de fato confusas nos livros, só posso dar uma interpretação pessoal. Ao ler a canção do quinto livro, não achei que o “resto” significasse aqueles que não têm outras qualidades. Na canção, as três outras casas são descritas pelas maneiras como seus membros se destacam: pela ancestralidade e posição social, pela inteligência, pelos nobres feitos. A Lufa-lufa pega os que não se destacam por nada disso. Mas não vejo isso como uma deficiência, interpreto como querendo dizer que na Lufa-lufa ficam os que não estão preocupados em se destacar, mas apenas em cumprir suas obrigações com afinco e paciência, preservando o espírito de grupo e de equipe, não com vistas à glória, mas à melhor convivência. É a casa em que os laços entre seus membros são mais fortes, pois dão mais valor à lealdade do que a efêmeras situações de fama ou prestígio. São o anti-Gilderoy Lockhart, por assim dizer. Acabo por concordar com os que acham que o chapéu deve ter pensado em colocar o Neville lá, pelo tempo em que demorou para se decidir. Mas por motivos diferentes dos usualmente alegados. Não é porque o garoto é atrapalhado, nem porque gosta de Herbologia, mas porque as qualidades acima certamente são parte de Neville, que, ademais, não é particularmente inteligente nem ambicioso.
E é por tudo isso que os membros das outras casas não entendem os da Lufa-lufa, porque aspiram à glória, seja pelo brilho intelectual, pelos feitos de bravura, seja pelo prestígio social alcançado por que meios for. Eles vêem a Lufa-lufa pelo seu próprio prisma(deles), que necessariamente a coloca por baixo.
As qualidades da Lufa-lufa, entretanto são de vital importância para a vitória na guerra que se inicia: extrema lealdade, trabalho paciente, sinceridade e correção de propósitos. E ainda creio que até o fim da série teremos outra visão desta casa, que considero extremamente simpática. Só não a adotei porque realmente sou preguiçosa e isso não combina com ela.
Defesa do par Harry e Hermione
Faço aqui a resenha de dois artigos: “Partner and Friends”, de Penny Linsenmayer e “Who does Hermione love?”, de Turambar (em colunas anteriores, mencionei erroneamente outro artigo) . Em geral os fãs da idéia de que Harry e Hermione serão ou poderiam ser um casal se apóiam em dois pontos principais: o fato de que Hermione é o principal personagem feminino da série e a idéia de que Harry e Hermione têm um entendimento muito profundo entre si, que pode facilmente evoluir para um tipo de amor profundo, baseado num grande companheirismo. Não seria um amor muito romântico, não seria um repentino encontro de almas, não seria uma súbita paixão avassaladora, mas um amor construído em torno de tudo o que têm vivido juntos. Os artigos aqui resenhados não fogem desse padrão, mas constróem com cuidado a sua argumentação, por isso foram escolhidos.
Começando pelo artigo de Penny Linsenmayer, o que a autora procura mostrar é que, principalmente desde Prisioneiro de Azkaban, vemos a amizade e o sentido de parceria entre Harry e Hermione se aprofundar cada vez mais. Alega que eles agem mais como parceiros entre eles e menos como parte de um trio em Ordem da Fênix. Exemplos disso seriam:
a) Quando Hermione lê no Profeta Diário que Sirius está em Londres e menciona que Lúcio deve tê-lo reconhecido na plataforma. Harry imediatamente sabe do que ele está falando. Rony tenta saber, mas os outros o mandam calar-se (p.239).
b) Harry compartilha com a amiga, mas não com Rony, sua preocupação acerca da dor na cicatriz, quando toca em Umbridge, ao terminar sua detenção. Isso fica evidenciado na pg. 251, quando falam do assunto com Sirius.
c) Eles ficam juntos até o fim no Departamento de Mistérios, enquanto Rony, Luna e Gina ficam em outro grupo.
d) Estão juntos quando é feita a entrevista do Pasquim, o que pode permitir, eventualmente, a Hermione ter novos insights sobre o que Harry passou.
e) Vão com Harry à Floresta Proibida, compartilhando a preocupação com a presença de Grope.
Rony poderia ter sido incluído nessas situações, mas não foi. Isso foi uma opção consciente de J.K.Rowling.
Por outro lado, o papel de Hermione nas aventuras também passa a se destacar crescentemente, ela vira uma espécie de heroína. Sem ela, Harry não poderia ter salvado Bicuço e Sirius, nem teria conjurado o patrono que os salvou a todos. Sua ajuda foi fundamental quando da briga entre Harry e Rony, na época do torneio tribruxo, assegurando que ele fosse capaz de fazer feitiços convocatórios, para poder usar sua vassoura. E, em Ordem da Fênix, ela se sobressai ainda mais. É quem saca desde o início o significado de Umbridge estar na escola, é quem concebe a Armada de Dumbledore, é quem, ao fim e ao cabo, consegue despistar Umbridge. Ela demonstra, ademais, cada vez maior coragem e é finalmente capaz de pronunciar o nome de Voldemort, sendo a única pessoa da geração deles a fazê-lo, além de Harry, é claro.
A autora menciona ainda que eles desenvolvem capacidade de se comunicar sem palavras, como no caso em que Harry é o único que percebe que ela está planejando alguma para enfrentar Umbridge, por não ter lágrimas no rosto, ou quando ela pecebe que ele está nervoso após o episódio com a lembrança de Snape, embora atribua isso a um motivo errado.
No que diz respeito à relação entre Harry e Hermione, trata-se ainda de uma relação platônica de amizade, mas que chama atenção o suficiente para provocar os ciúmes de Vitor Krum e de Cho Chang. Eles interagem fisicamente sem sentir o desconforto comum em adolescentes. Sua relação é baseada em confiança, respeito e uma história compartilhada, o que, segundo a autora, é uma boa base para um relação amorosa saudável, embora não necessariamente esta venha a ocorrer, admite. A confiança pode ser notada, por exemplo, quando Harry aceita que deve se encontrar com ela, apesar de saber que isso atrapalharia seu Dia dos Namorados com Cho. A cena em que Hermione questiona Harry acerca de sua visão de Sirius sendo torturado por Voldemort poderia ser tomada como evidência contra o par Harry/Hermione, já que eles têm um forte desacordo acerca do que fazer. Mas o artigo coloca que, ao contrário, é uma cena que demonstra a confiança dela na relação deles, expressa na intensidade de sua interação, situação em que Rony está praticamente de fora. A consciência do rapaz lhe fala com a voz de Hermione (p. 553).
O respeito e admiração mútuos também são marcantes. Harry tem orgulho do feitiço que ela fez e atingiu Marieta, que ninguém conseguiu desfazer. Ela por sua vez, esperava que ele fossse monitor e se espanta quando isso não ocorre.
Um outro aspecto da maturidade de sua relação seria a maneira como resolvem seus conflitos. Estes são quase sempre resolvidos, com um aceitando o ponto de vista do outro. O padrão de interação de Hermione e Rony, ao contrário, é de manterem discussões que nunca são resolvidas.Alguns dos exemplos mencionados em que uma das partes acaba pedindo desculpas: as broncas de Hermione por Harry descontar nos amigos sua fúria; a repreensão que Harry passa na amiga por ela dizer que talvez Umbridge tivesse razão com relação a Hagrid, quando fica sabendo de Grope; o momento em que Harry pergunta se ela realmente queria poder ver testrálios.
Uma preocupação com o outro também aparece com freqüência, especialmente Hermione se preocupa com o que se passa com Harry: como ele sofre, sozinho na rua dos Alfeneiros, qual será o resultado da audiência, com as dores da cicatriz, com a possibilidade de Umbridge lançar nele uma Maldição Cruciatus.
Estes são os principais argumentos do primeiro artigo, embora haja outros. Quanto ao segundo, ele se volta para uma das FAQs do site de J.K. Rowling, não respondida, acerca de quem Hermione ama. Todos parecem concordar que Rony gosta da amiga, mas e ela, de quem ela gosta? Rowling não pergunta se Rony gosta de Hermione, a questão está na escolha da moça. Terá ela um caso com Rony algum dia?
Os primeiros argumentos giram em torno do fato da série ser sobre Harry Potter e de Hermione ser o principal personagem feminino. É natural que o romance mais importante da história envolva Harry. Porém, se houvesse um romance entre os dois outros membros do trio, este seria o caso de amor mais importante da série, ganhando mais evidência do que o namoro de Harry com quem quer que fosse, já que as outras meninas não tiveram até aqui nem de longe a importância de Hermione. Ainda por cima, quase todas as outras possíveis parceiras mencionadas (Cho, Gina, Luna) não são da mesma série de Harry, o que tornaria difícil que elas viessem a aparecer nos próximos livros muito mais do que Hermione, reforçando o papel preponderante desta.
O artigo aponta ainda que certas situações não fariam sentido se Hermione realmente gostasse de Rony: por que seu interesse por quadribol parece não ser tão intenso depois que Harry deixa o time? Por que não fica extremamente feliz quando sabe que Rony será monitor junto com ela? Por que o abraço tão forte que dá em Harry assim que este chega ao Largo Grimmauld?
Além disso, há sinais do interesse de Hermione por Harry: Primeiro, parece procurar a companhia de Harry: ela o convida para fazerem juntos roupas para os elfos, ela se volta para Harry (e não para Rony, também presente) em busca de apoio em situações difíceis como quando a Mulher Gorda é rasgada em Prisioneiro de Azkaban e também no Departamento de Mistérios. Segundo, ela vai com Harry atrás de Hagrid no episódio de Grope, quando poderia ter ficado para ver Rony jogar. Afinal seria mesmo necessário irem os dois? Terceiro, ela parece estar muito interessada em tudo o que envolve a relação de Harry e Cho. Ela age como se fosse apenas amiga, mas o chama para a entrevista com Rita Skeeter bem no meio de seu primeiro encontro com Cho, o que não poderia ter bom resultado para a relação dos dois, e só dá conselho sobre o que ele deveria fazer, depois que o estrago já foi feito.
Por outro lado, se ela sentisse realmente algo por Rony, algo deveria ter surgido entre ambos, quando ficaram sozinhos no Largo Grimmauld, mas isso não ocorreu.
Quanto a Harry, seus sentimentos por Hermione também parecem estar evoluindo.
a) Ele fica incomodado, pela pirmeira vez, com o fato dos amigos terem ficado juntos na primeira parte do verão, tendo sido ele excluído.
b) Age de modo bastante protetor em relação à amiga no episódio em que Hagrid os leva para conhecer Grope e no Departamento de Mistérios, muito mais do que em momentos anteriores, como na cena da Casa dos Gritos em Prisioneiro de Azkaban.
c) Harry sonha que Cho se transforma em Hermione.
d) Passa a estar mais preocupado com a opinião de Hermione acerca dele: se em Pisioneiro de Azkaban mente para ela sem problemas acerca da visita a Hogsmeade, em Ordem da Fênix, ela se torna a voz de sua consciência interior e o rapaz tem dificuldades em encarar a amiga e mentir sobre a oclumência.
e) Pela primeira vez, há descrições dela em que seus olhos ou sua face brilham.
Há ainda um desenvolvimento conjunto de ambos os personagens, não necessariamente acompanhado por Rony. Hermione já é capaz de pronunciar o nome de Voldemort e é ela quem enfrenta os centauros com Harry. Além disso, é quem concebe a Armada de Dumbledore e quem trama a entrevista a Rita Skeeter, coisas que, além de cruciais para o enfrentamento dos problemas por que passam, são responsáveis por alguns dos melhores momentos de Harry durante o ano. Também é ela quem consegue arrancá-lo do quarto no Natal e é a principal responsável por se livrarem da Umbridge.
Desculpem o atraso, mas tive problemas com a internet, o que me dificultou fazer o artigo, já que não tinha os artigos resenhados em meu computador e perdi o acesso a eles.
Na próxima coluna prossigo com o par Harry e Gina. Vocês verão que muitas das cenas e dos acontecimentos dos livros são interpretados de modo bem distinto pelos adeptos dos distintos ships.
Mais palpites sobre o livro 6
Na minha última coluna dei as linhas gerais do que acho que vai ser a história: a guerra se acirrando, o poder dos comensais da morte se ampliando, eles ganhando espaço dentro do Ministério da Magia. O preconceito contra trouxas, bruxos nascidos trouxas, mestiços e outros seres pensantes se aprofundando e dando os seus piores frutos. Mas os livros da série sempre têm uma trama envolvendo o trio e Harry em particular. Os acontecimentos do mundo bruxo são um pano de fundo, eventualmente importante, como em Ordem da Fênix, mas um pano de fundo. Então deve haver alguma história que tenha começo, meio e fim, que coloque os nossos amigos em um perigo intenso, mas que eles consigam superar, como sempre ocorre.
É claro que essa história particular não dá para saber o que é. Se desse, eu não diria, pois aí, sim, estragaria o prazer da leitura e da descoberta. Essa história é que vai envolver o príncipe mestiço e possivelmente alguns dos elementos que já mencionei e outros que sabemos que estarão no livro: experimento com criaturas, Monstro, a herança dos bens de Sirius, Grope, Rabicho, etc.
Mas há outros detalhes que os fãs vêm discutindo se serão ou não abordados no próximo livro. É sobre alguns deles que me debruçarei aqui.
Snape: Tenho visto pela internet dois tipos de palpite sobre o que acontecerá a Snape e sua relação com Harry no livro seis, dos quais discordo inteiramente. O primeiro é que Harry não alcançaria nota suficiente no N.O.M. de poções para continuar estudando com Snape. Isso, na minha opinião, não será assim. Ou Harry conseguirá uma boa nota, o que já foi meio que prenunciado no último livro, quando se diz que, sem Snape por perto, Harry fez as poções razoavelmente bem e também que na parte escrita caiu sobre a poção polissuco, que ele, evidentemente, conhece bem. Ou Snape, por algum motivo, aceitará Harry em sua classe, mesmo tendo Harry uma nota abaixo da que costuma exigir.
Por que acho isso? Simplesmente porque a relação antagônica entre Harry e Snape é um dos pontos altos da história. Sem Snape pegando no pé de nosso herói, a história seria muito menos divertida. Além disso, ainda há muito a ser descoberto sobre Snape e se Harry não estivesse em contato freqüente com o professor, a presença deste na trama certamente decairia. Então ficaria difícil dar o gancho para se esclarecer melhor o que afinal Snape realmente pretende. Além do mais, no Festival de Edimburgo, JK Rowling mencionou que ela teve que pensar em novos nomes para novas poções. É claro que tais poções poderiam ser apenas coisas que outros estão usando, mas 90% das poções de que ouvimos falar foram menciondas nas aulas de Snape.
O segundo ponto que de vez em quando vejo mencionado é o contrário do anterior. Muita gente diz que saberemos muito mais sobre Snape, que ele terá um papel chave no livro. Decididamente não creio nisso. No Festival do Livro de Edimburgo, quando questionada sobre a presença de Snape no próximo livro, JKR disse que sempre temos muito dele,mas disse assim de modo genérico, sem sugerir que ele será mais importante do que foi nos livros anteriores. Coloco isso apenas para dizer que não há evidência de uma maior presença dele.
Por outro lado, em uma entrevista de 1999, fizeram um comentário acerca de Snape ter um importante padrão de redenção, ao que JK Rowling respondeu:
“Ele, hum, há tanto que eu gostaria de poder dizer a vocês e não posso porque arruinaria. Prometo a você, quem quer que tenha feito a pergunta, posso dizer-lhe que estou meio embasbacada de que você tenha dito isto e você descobrirá porque estou tão embasbacada se você ler o livro 7. É tudo o que vou dizer.”
Como podem notar, é no livro 7 que finalmente descobriremos se Snape apresenta de fato um padrão de redenção, ou se na verdade ele apenas finge ter se redimido.
Pensem bem, os problemas entre Harry e Snape e essa ambigüidade acerca do seu personagem – afinal podemos ou não confiar nele e até que ponto - tudo isso não poderia ser resolvido agora. Tem que ser deixado para o final ou senão o último livro perderia boa parte da graça. E é por isso que acho que Snape cumprirá no próximo livro um papel semelhante ao que teve nos demais livros até aqui. Possivelmente saberemos um pouco mais sobre ele, como sempre acontece, mas nada de extraordinariamente importante. Isso ficará para depois.
Oclumência: Outro ponto que ficou pendente e que ainda não explorei em minhas colunas. Vi muita gente comentando em fóruns por aí que Harry não precisaria mais aprender oclumência porque não precisou recorrer a ela para se livrar de Voldemort, quando este tentou possuí-lo no Ministério.
Sinceramente, acho esse argumento sem sentido. Oclumência não é descrita como uma técnica para evitar ser possuído. Ela serve para evitar que os outros penetrem nossos pensamentos e memórias. E Voldemort decididamente conseguiu penetrar na mente de Harry e fazê-lo sentir coisas errôneas. Harry ainda pode ser manipulado pelo Lorde das Trevas.
Será que Voldemort não poderia ter acesso à profecia dentro dos pensamentos de Harry, agora que o rapaz a conhece? Sinceramente, não vejo muitas hipóteses pelas quais isso pudesse não acontecer. Se Voldemort pode mesmo usar de legilimência com Harry por causa da ligação especial que os une, como isso poderia ser evitado? Não foi necessário que ele possuísse Harry para ter acesso a seus pensamentos no passado.
Só se Rowling inventasse alguma regra nova, o que não é o estilo dela, que sempre nos fornece todos os dados com antecedência, para que não nos sintamos enganados. Ou então se, ao penetrar na mente de Harry e depois ser forçado a sair, Voldemort tivesse rompido a ligação entre eles. De fato, é estranho que não haja mais menção a dores na cicatriz de Harry após o episódio no Ministério. E Voldemort certamente estaria emocionalmente alterado naquele momento. Mas também é possível que, agora que está ciente do que ocorre, o Lord das Trevas tenha praticado oclumência para impedir que Harry perceba suas emoções.
Voltando à profecia, é estranho que Dumbledore a tenha mostrado a Harry, sabendo que o rapaz não conseguiu evitar que Voldemort manipulasse seus pensamentos. Provavelmente deve ter pensado que era mais importante que Harry se conscientizasse de sua situação, seus riscos e suas responsabilidade, do que evitar o acesso do Lord das Trevas à profecia. Além disso, como Voldemort não sabe que Harry viu a profecia, não imagina que a conseguirá conhecer praticando legilimência no garoto. Ainda assim a situação requer cuidado e por isso acho que Harry terá que retomar o treinamento de oclumência o mais breve possível.
Bem, esses são os principais pontos que achei que ainda precisava esclarecer. Até a próxima.
Halloween em Godric's Hollow
Quando li o “Príncipe” vi caírem por terra algumas de minhas teorias e suposições. Outras se confirmaram e outras se mostraram bem compatíveis com o livro, embora não se possa ter certeza sobre elas. Em particular, a minha idéia de como seria a morte de Voldemort se fortaleceu na minha cabeça. Três colunas antigas minhas têm partes da minha teoria, que agora reformulei, com os dados do livro recente: As Grandes Perguntas, de setembro de 2004, De Frente para a Morte, de julho de 2004, e Que cicatriz é essa, de junho ou julho de 2004.
Como são coisas que eu já dizia naquela época, posso falar um pouco, sem entrar em spoilers. Como está dito nelas, basicamente eu achava que para matar Voldemort seria preciso desfazer os feitiços que ele tinha feito para assegurar sua própria imortalidade. E para isso, por algum motivo, Harry teria que ir além do véu. Há várias menções em “Fênix” a elementos de mitologia que me fizeram pensar assim: o próprio véu, que em algumas tradições representaria a passagem do mundo dos vivos ao mundo dos mortos, a alusão a sementes de romã numa poção (vamos e venhamos é um ingrediente muito estranho), quando há um episódio da mitologia grega em que Perséfone não pode voltar para sempre do mundo dos mortos porque comeu sementes de romã. Fofo, o cão de três cabeças, que nos lembra Cérbero, o guardião do palácio do deus que comanda o mundo dos mortos. Hércules vai até o mundo dos mortos buscar o cão e volta . É o seu último trabalho. Também poderiam insinuar uma solução deste tipo toda a caracterização e o papo final de Luna, que lembra a deusa Hécate, outra habitante daquele mundo. Como, na mitologia grega, deve haver regras para que os vivos possam voltar de lá, como não comer (Perséfone), não virar o rosto ( Orfeu) e outras.
Havia muito mistério em torno do véu e continua havendo. Ainda por cima, no chat de 4/3/2004, houve a seguinte questão (traduzida por mim):
SiriuslyLovinSirius: Se voltarmos a ver Sirius novamente, em que forma ele estará?
JK Rowling -> Não poderia responder isso, por receio de me incriminar.
O que isso quer dizer? A impressão que dá é que de alguma forma voltaremos a ver Sirius e de um modo que ela não pode contar. Essa foi uma das coisas que me reforçou a idéia de que Harry também atravessaria o véu e lá estaria com Sirius. Também toda a ênfase colocada sobre o medo da morte de Voldemort e como ele desconhecia o poder de Harry me fizeram achar que Harry estaria em algum momento, por causa de sua generosidade, muito perto da morte, mas de um modo corajoso, forte, algo inconcebível para Voldemort.
Tudo o que ficamos sabendo no livro seis e muitas das respostas dadas nas entrevistas da época do lançamento, concernentes à relação entre Harry e Voldemort só me fizeram ficar mais convicta de que essa será a forma pela qual Harry acabará triunfando ( sim, porque não tenho dúvidas de que ao fim ele triunfará).
Para explicar o que ele vai fazer atrás do véu, terei que entrar inevitavelmente em spoilers do livro seis. Mas antes de chegar nessa explicação, vou mostrar o que acho que aconteceu na noite em Harry ganhou sua cicatriz. Vou mostrar como se fosse uma fanfic, porque sempre que eu explico, as pessoas custam a entender. Quem sabe, assim fica mais claro. E também, fica alguma coisinha para os que não leram o livro se divertirem.
- Senhor, Potter tornou-me o fiel de seu segredo. Ele está em sua casa em Godric’s Hollow, com Lílian e o bebê. As instruções para chegar lá são as seguintes.
- Espere, ainda não explique. Não irei lá sozinho. Precisarei de apoio na retaguarda.
- Meu fiel Comensal ( não quis aqui dar nome, porque pode ser qualquer um, inclusive Snape, Rabicho ou Belatriz, que precisariam de pequenas adaptações no texto, vocês escolhem), venha cá. Acabo de saber que o nosso Pettigrew aqui conseguiu ser escolhido para fiel do segredo dos Potter. Podemos enfim ir até lá e evitar que a profecia se cumpra.
E Pettigrew deu a Lord Voldemort as indicações necessárias.
- Bom trabalho, Pettigrew. Agora pode se retirar.
- Senhor, não seria melhor irmos com mais gente?
- Não. Quanto menos gente souber dessa história, melhor. É questão que envolve a minha segurança. E você ficará calado, se sabe o que lhe convém. Eles não esperam que possamos chegar lá. Temos o elemento surpresa a nosso favor. Mato Tiago Potter, e depois vamos até a criança.
- Não matará Lílian, senhor?
- Não há necessidade. A morte do marido, um descendente do próprio Gryffindor, interessa a umas experiências minhas. Mas a sangue ruim desprezível não me serviria de nada morta. Além do mais, acho que ela pode ter informações que me interessam. Também, é claro, a vida dela seria apreciada por ao menos um de meus colaboradores. Agora saia, que quero preparar algumas coisas para levar até lá.
Voldemort buscou em um cofre bruxo a varinha de Rowena Ravenclaw, que conseguira recentemente. Ela seria uma relíquia ótima para guardar um dos itens que recolheria aquela noite para completar a sua coleção. Só precisava de mais dois. Um, obtido com a morte de Tiago, ficaria na varinha, outro, que conseguiria ao matar Harry, em algum objeto encontrado no próprio local. Tiago morava numa casa que há séculos tinha sido dos descendentes de Gryffindor. Lá devia haver alguma relíquia interessante, onde guardar o último item de sua coleção, o que completaria o mágico número 7.
Chegando a Godric’s Hollow, Tiago estava despreocupado e levou um susto quando seu espelho de inimigos acusou a chegada dos bruxos das Trevas. Tinha que alertar a esposa, que estava no andar de cima com a criança.
- Lílian, leve Harry e vá! É ele! Vá! corra! Eu o atraso...( P.A. p. 196) Tiago tentou se posicionar para enfrentá-los, achando que não estavam vendo sua casa, mas não teve tempo de fazer nada, a porta, inexplicavelmente se escancarou e
- Avada Kedavra!
Tiago estava morto. Voldemort pegou a varinha e recitou um encantamento que o Comensal desconhecia. Algo pareceu acontecer com ela. Por um breve momento ela emanou um brilho púrpura, antes de voltar a ter a aparência de sempre. Voldemort a guardou de novo em seu bolso.
- Agora, atrás do menino. Rápido, não há tempo a perder.
Os dois bruxos aparataram no andar superior e fizeram uma barreira de fogo mágico e um feitiço antiaparatação, para que que Lílian não conseguisse fugir com Harry. Logo Voldemort estava cara a cara com ela.
- Dê-me essa criança!
- Oh! Como chegou aqui?
- Não te interessa e não tente fugir, porque não conseguirá. Vamos, dê-me logo esse garoto!
- Nunca! – E Lilian se colocou na frente do berço, tentando proteger o filho.
- Afaste-se, afaste-se, menina!(P.A.) p.195) Deixe de ser tola! Você não precisa morrer também. – Mas Lílian não arredou pé.
- Avada Kedavra! – E Lilian também caiu morta.
- Senhor, não disse que a pouparia?
- A idiota não quis sair da frente. Não tem importância. Escute, aproveitemos que a criança está quieta e veja se encontra algum objeto antigo, de poder mágico por aí. De preferência algo ligado a Gryffindor.
O Comensal foi dar uma vasculhada na casa, enquanto Tom Riddle cuidava de outros assuntos. Antes de matar o pequeno Harry, precisava se recuperar. Matar Lilian não estivera em seus planos e isso poderia atrapalhar na hora de fazer a sua coleçãozinha. Felizmente sabia de um feitiço para recompor, mesmo que não inteiramente, a ferida em sua alma, que não era para ter acontecido. O Comensal voltou com uma réplica da espada de Gryffindor. Não era a original, que se encontrava em Hogwarts, mas cumpriria o seu papel. Voldemort então apontou para a criança.
-Avada Kedavra! – Algo inusitado aconteceu. De repente, a maldição refletiu-se no menino, como se ele estivesse protegido por um escudo invisível. Voldemort sentiu-se ser arrancado de seu corpo. Ainda estava vivo, mas era menos que um fantasma. E uma grande explosão fez a casa ruir. Como ocorrera aquilo? Por que motivo?
O Comensal foi atirado longe e olhou espantado para tudo aquilo com a espada, agora inútil nas mãos. O que quer que seu Mestre queria fazer com ela não poderia mais ser feito. Seu mestre simplesmente desaparecera. Ele não estava morto, nem a criança. O Comensal aproximou-se dela e reparou que sua testinha sangrava, com um corte fundo. Perto de onde estivera seu Mestre estavam suas vestes atiradas no chão e um pedaço de uma varinha desconhecida, que parecia realmente antiga. Estranho! A ponta da varinha tinha desaparecido.
O Comensal ficou apavorado. Que estranho poder tinha aquela criança? Ele tinha sido o único a testemunhar a queda do Lord das Trevas, como evitar que seus companheiros o culpassem? Contaria apenas a Snape, que saberia o que fazer e ninguém mais precisaria tomar conhecimento de que ele estivera ali naquela noite.
Pouco mais tarde, Snape levava a Dumbledore a notícia da morte dos Potter, da sobrevivência de Harry e do desparecimento de Lord Voldemort e o diretor se encarregou de avisar ao resto do mundo bruxo, não sem antes mandar Hagrid resgatar o pequeno Harry, protegê-lo e cuidar dele até que o próprio Dumbledore tivesse tomado as providências necessárias para a sobrevivência do menino nos anos que estavam à sua frente.
Terminada a historinha, vem a parte com os SPOILERS.
O que não deu para colocar claramente acima é que acho que a cicatriz de Harry não foi provocada diretamente pela Avada Kedavra, mas pelo pedaço da varinha de Ravenclaw, que se partiu na explosão e foi lançada em seu crânio. O pedaço que continha o Horcrux que Voldemort acabara de fazer ao matar Tiago.
Na historinha vocês podem ver uma série de diferenças entre a minha proposta e a maioria das teorias de que Harry ou a cicatriz são a horcrux que falta ( além do medalhão, da taça e de Nagini). Nela, eu mantenho todas as horcruxes como algo feito deliberadamente por Voldemort, uma coisa que acho imprescindível preservar. Porque senão haveria montes de horcruxes por aí não planejadas. Não, elas têm que ser feitas deliberadamente.
Mas como Harry poderia ser uma horcrux feita propositalmente, se Voldemort tenta matá-lo tantas vezes? Justamente porque a horcrux foi feita na varinha ( ou outro objeto de Ravenclaw) e o fato dela ter penetrado no crânio de Harry é que não foi deliberado.
Voldemort não sabia que aquela Horcrux feito em Godric’s Hollow tinha ido parar lá. É claro que ele se preocupava com o que teria acontecido àquele pedaço de sua alma, mas não pôde cuidar disso até recuperar seu corpo e talvez tenha procurado durante o quinto ano de Harry, mas naquele momento a prioridade era a profecia.
Então ocorreu a luta no Ministério e, ao penetrar na mente de Harry, Voldemort compreendeu como o menino adquirira aquela estranha conexão com ele. Ele descobriu o paradeiro de sua horcrux. A partir daí, ele mudou sua tática. Não mais queria a morte de Harry. Snape lembrou a um comensal da morte, quando foge de Hogwarts no capítulo 28 de “Príncipe”, que Voldemort os proibiu de atacar Harry. Snape estava lembrando o outro. Quer dizer, não se trata de algo inventado por Snape. Voldemort realmente deu essa ordem. E “Príncipe” é um dos únicos livros ( com Azkaban) em que Harry não é atacado em nenhum momento por Voldemort ou seus comparsas. E justamente quando estes estão mais poderosos. Isso não é estranho?
Pois bem, acho que Voldemort vai baixar um pouco a guarda em relação a Harry, pois acredita que este não poderá matá-lo sem morrer primeiro. E isso será sua perdição.
E Harry vai descobrir que tem a horcrux dentro de si e vai descobrir o jeito de eliminá-la: atravessando o véu e voltando. Antes terá que fazer alguma coisa que o protegerá e permitirá sua volta ( atenção,esse expediente não poderá ser usado por Sirius, que não fez os mesmos preparativos, lamento). Mas a horcrux, dentro de sua cabeça, terá sido destruída.
A coluna já está imensa e não vou acrescentar algumas coisas, que parecem necessárias, como fundamentar melhor por que acho que Harry tem um horcrux dentro de si e por que Dumbledore não cogitou dessa possibilidade. Bem a fundamentação a rigor já foi feita no artigo sobre a cicatriz, mencionado no início desta coluna. Quanto às razões de Dumbledore, fica para depois que o livro sair no Brasil ( falta pouco, gente).
Outubro de 2005. P.S> Editei esta coluna para colocar as horcruxes no feminino, depois que a Rocco divulgou um capítulo que mostrava que essa tinha sido a opção da tradução oficial.
Emma x Inveja - Por Dudu Dumbledore
Rony & Hermione
Além das de aventuras dos amigos bruxoas, o set de filmagem do próximo filme da série 'Harry Potter' teve ainda cenas reais de romance, conforme noticiou o site do jornal 'Daily Mail'. A atriz Emma Watson, 19 anos, que interpreta Hermione na trama, foi clicada aos beijos com o namorado, Jay Barrymore, 27.
Fonte: Ego
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A atiz Emma Watson está longe de ser aquela menininha dos filmes de "Harry Potter". Aos 19 anos, ela mostra que cresceu em um ensaio para a edição de maio da revista "Interview Magazine". Na entrevista, ela conta o que fez com o dinheiro que ganhou com os filmes do bruxinho. "Pude levar meu pai para Toscana. (...) Também comprei um carro, um Prius. Mas meus amigos acham que ele é feio, o que eu concordo. Mas ele é bom para o ambiente, sensível e chato como eu mesma”, brincou a atriz.
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Quem vê o britânico Alfred Enoch, de 20 anos, andando pelas ruas do Rio como quem está em casa nem imagina que ele faz parte do elenco fixo de uma das maiores franquias de Hollywood: "Harry Potter". "Tenho muita sorte", diz o ator em português fluente, aprendido com sua mãe, que é brasileira.
Na série do bruxinho, Alfred - ou simplesmente Alfie, como prefere ser chamado - interpreta Dino Thomas, estudante da Escola Hogwarts, amigo do protagonista, conhecido por narrar os jogos de quadribol. Ele está na franquia desde o primeiro filme e também estará em "Harry Potter e o enigma do príncipe", que estreia por aqui em 17 de julho.
Assim, desde os 11 anos, a rotina de Alfie é se dividir entre as filmagens de "Harry Potter" e os estudos, ao lado de seus companheiros de elenco Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint e outros. "Crescemos juntos, e a amizade fica cada vez mais forte; isso ajuda muito a fazer os personagens, que também são muito amigos", afirma o ator, sempre com um sorriso no rosto.
"Estar no set é sempre muito divertido. As filmagens nunca me atrapalharam, o problema era que eu tinha de estudar mais para compensar as aulas que perdia na escola", conta Enoch, que hoje frequenta a Universidade de Oxford, onde cursa Letras com habilitação em português e espanhol.
Filho do ator veterano William Russell, com uma extensa carreira na TV e no teatro britânicos, Alfie chegou à franquia por meio de um teste, mas também contou com um "empurrãozinho" paterno. "Sempre quis ser ator, imitar meu pai, mas nunca pensei que conseguiria. Quando tinha dez anos, ele me levou para fazer um teste para uma peça de teatro de Londres, e eu consegui o papel. Um tempo depois, recebi um telefonema da produção do 'Harry Potter': eles tinha me visto no teatro e queriam que eu fizesse um teste para ser Dino Thomas."
Na época, Alfie já era fã dos livros de J.K. Rowling e sabia que a adaptação para o cinema tinha um grande potencial de sucesso. Ele conta que no início achou que não passaria no teste, devido à sua cor de pele. "Nos livros não está escrito que o Dino é negro, por isso pensei que não seria aprovado", diz. Mas logo o ator recebeu uma resposta positiva. "Fiquei muito feliz; era uma oportunidade incrível."
Rotina de filmagens
Atualmente, Alfred Enoch diz que o deslumbre inicial com a superprodução já não existe mais. "No meu primeiro dia no estúdio, tudo era muito estranho. Depois, a gente se acostuma e começa a achar tudo normal. Mas, até hoje, quando tenho tempo para parar e olhar em volta vejo como estar ali naquele cenário é extraordinário."
O ator também se encanta com a atenção dos fãs, sempre que é reconhecido nas ruas e nas pré-estreias dos longas. "No primeiro filme, meu personagem era pequeno, mas as pessoas já sabiam meu nome. Pensei: isso não pode ser verdade!", diz Afred. "A dedicação dos fãs de Potter é algo muito especial, isso me emociona muito. Eles são capazes de ficar horas esperando no frio só para te ver e dizer oi."
Alfie já está na contagem regressiva para a próxima pré-estreia, em meados de julho, quando "Harry Potter e o enigma do príncipe", sexto filme da série, chega aos cinemas. O ator diz que está tão ansioso para o lançamento quanto os fãs, mas se nega a adiantar qualquer detalhe sobre a nova produção. "Você não imagina como eu gostaria de poder contar, mas não posso", diz rindo.
Fonte: Ego
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Filho de brasileira, ator conta como conquistou o papel.
Embora a maioria dos mortais tenha passado a quinta-feira esperando o trailer final deHarry Potter e o Enigma do Príncipe, alguns sortudos tiveram a oportunidade de participar do debate com o ator Alfie Enoch (Dino Thomas nos filmes) em pleno Rio de Janeiro!
Como se isso por si só já não fosse fantástico, ele ainda fez questão de falar português durante a maioria do tempo. E para melhorar mais, o pessoal da Rádio Patrono filmou uma parte do debate e já colocou no ar! Clique aqui para ver ou aqui para a versão em alta resolução.
Além disso, os amigos do ScarPotter tiraram várias fotos do evento, que mostram tanto Alfie quanto o pai. Clique aqui para ver.
Fonte: potterheaven
Halloween em Godric's Hollow
Por Lilyp — Data: Outubro de 2005
Quando li o “Príncipe” vi caírem por terra algumas de minhas teorias e suposições. Outras se confirmaram e outras se mostraram bem compatíveis com o livro, embora não se possa ter certeza sobre elas. Em particular, a minha idéia de como seria a morte de Voldemort se fortaleceu na minha cabeça. Três colunas antigas minhas têm partes da minha teoria, que agora reformulei, com os dados do livro recente: As Grandes Perguntas, de setembro de 2004, De Frente para a Morte, de julho de 2004, e Que cicatriz é essa, de junho ou julho de 2004.
Como são coisas que eu já dizia naquela época, posso falar um pouco, sem entrar em spoilers. Como está dito nelas, basicamente eu achava que para matar Voldemort seria preciso desfazer os feitiços que ele tinha feito para assegurar sua própria imortalidade. E para isso, por algum motivo, Harry teria que ir além do véu. Há várias menções em “Fênix” a elementos de mitologia que me fizeram pensar assim: o próprio véu, que em algumas tradições representaria a passagem do mundo dos vivos ao mundo dos mortos, a alusão a sementes de romã numa poção (vamos e venhamos é um ingrediente muito estranho), quando há um episódio da mitologia grega em que Perséfone não pode voltar para sempre do mundo dos mortos porque comeu sementes de romã. Fofo, o cão de três cabeças, que nos lembra Cérbero, o guardião do palácio do deus que comanda o mundo dos mortos. Hércules vai até o mundo dos mortos buscar o cão e volta . É o seu último trabalho. Também poderiam insinuar uma solução deste tipo toda a caracterização e o papo final de Luna, que lembra a deusa Hécate, outra habitante daquele mundo. Como, na mitologia grega, deve haver regras para que os vivos possam voltar de lá, como não comer (Perséfone), não virar o rosto ( Orfeu) e outras.
Havia muito mistério em torno do véu e continua havendo. Ainda por cima, no chat de 4/3/2004, houve a seguinte questão (traduzida por mim):
SiriuslyLovinSirius: Se voltarmos a ver Sirius novamente, em que forma ele estará?
JK Rowling -> Não poderia responder isso, por receio de me incriminar.
O que isso quer dizer? A impressão que dá é que de alguma forma voltaremos a ver Sirius e de um modo que ela não pode contar. Essa foi uma das coisas que me reforçou a idéia de que Harry também atravessaria o véu e lá estaria com Sirius. Também toda a ênfase colocada sobre o medo da morte de Voldemort e como ele desconhecia o poder de Harry me fizeram achar que Harry estaria em algum momento, por causa de sua generosidade, muito perto da morte, mas de um modo corajoso, forte, algo inconcebível para Voldemort.
Tudo o que ficamos sabendo no livro seis e muitas das respostas dadas nas entrevistas da época do lançamento, concernentes à relação entre Harry e Voldemort só me fizeram ficar mais convicta de que essa será a forma pela qual Harry acabará triunfando ( sim, porque não tenho dúvidas de que ao fim ele triunfará).
Para explicar o que ele vai fazer atrás do véu, terei que entrar inevitavelmente em spoilers do livro seis. Mas antes de chegar nessa explicação, vou mostrar o que acho que aconteceu na noite em Harry ganhou sua cicatriz. Vou mostrar como se fosse uma fanfic, porque sempre que eu explico, as pessoas custam a entender. Quem sabe, assim fica mais claro. E também, fica alguma coisinha para os que não leram o livro se divertirem.
- Senhor, Potter tornou-me o fiel de seu segredo. Ele está em sua casa em Godric’s Hollow, com Lílian e o bebê. As instruções para chegar lá são as seguintes.
- Espere, ainda não explique. Não irei lá sozinho. Precisarei de apoio na retaguarda.
- Meu fiel Comensal ( não quis aqui dar nome, porque pode ser qualquer um, inclusive Snape, Rabicho ou Belatriz, que precisariam de pequenas adaptações no texto, vocês escolhem), venha cá. Acabo de saber que o nosso Pettigrew aqui conseguiu ser escolhido para fiel do segredo dos Potter. Podemos enfim ir até lá e evitar que a profecia se cumpra.
E Pettigrew deu a Lord Voldemort as indicações necessárias.
- Bom trabalho, Pettigrew. Agora pode se retirar.
- Senhor, não seria melhor irmos com mais gente?
- Não. Quanto menos gente souber dessa história, melhor. É questão que envolve a minha segurança. E você ficará calado, se sabe o que lhe convém. Eles não esperam que possamos chegar lá. Temos o elemento surpresa a nosso favor. Mato Tiago Potter, e depois vamos até a criança.
- Não matará Lílian, senhor?
- Não há necessidade. A morte do marido, um descendente do próprio Gryffindor, interessa a umas experiências minhas. Mas a sangue ruim desprezível não me serviria de nada morta. Além do mais, acho que ela pode ter informações que me interessam. Também, é claro, a vida dela seria apreciada por ao menos um de meus colaboradores. Agora saia, que quero preparar algumas coisas para levar até lá.
Voldemort buscou em um cofre bruxo a varinha de Rowena Ravenclaw, que conseguira recentemente. Ela seria uma relíquia ótima para guardar um dos itens que recolheria aquela noite para completar a sua coleção. Só precisava de mais dois. Um, obtido com a morte de Tiago, ficaria na varinha, outro, que conseguiria ao matar Harry, em algum objeto encontrado no próprio local. Tiago morava numa casa que há séculos tinha sido dos descendentes de Gryffindor. Lá devia haver alguma relíquia interessante, onde guardar o último item de sua coleção, o que completaria o mágico número 7.
Chegando a Godric’s Hollow, Tiago estava despreocupado e levou um susto quando seu espelho de inimigos acusou a chegada dos bruxos das Trevas. Tinha que alertar a esposa, que estava no andar de cima com a criança.
- Lílian, leve Harry e vá! É ele! Vá! corra! Eu o atraso...( P.A. p. 196) Tiago tentou se posicionar para enfrentá-los, achando que não estavam vendo sua casa, mas não teve tempo de fazer nada, a porta, inexplicavelmente se escancarou e
- Avada Kedavra!
Tiago estava morto. Voldemort pegou a varinha e recitou um encantamento que o Comensal desconhecia. Algo pareceu acontecer com ela. Por um breve momento ela emanou um brilho púrpura, antes de voltar a ter a aparência de sempre. Voldemort a guardou de novo em seu bolso.
- Agora, atrás do menino. Rápido, não há tempo a perder.
Os dois bruxos aparataram no andar superior e fizeram uma barreira de fogo mágico e um feitiço antiaparatação, para que que Lílian não conseguisse fugir com Harry. Logo Voldemort estava cara a cara com ela.
- Dê-me essa criança!
- Oh! Como chegou aqui?
- Não te interessa e não tente fugir, porque não conseguirá. Vamos, dê-me logo esse garoto!
- Nunca! – E Lilian se colocou na frente do berço, tentando proteger o filho.
- Afaste-se, afaste-se, menina!(P.A.) p.195) Deixe de ser tola! Você não precisa morrer também. – Mas Lílian não arredou pé.
- Avada Kedavra! – E Lilian também caiu morta.
- Senhor, não disse que a pouparia?
- A idiota não quis sair da frente. Não tem importância. Escute, aproveitemos que a criança está quieta e veja se encontra algum objeto antigo, de poder mágico por aí. De preferência algo ligado a Gryffindor.
O Comensal foi dar uma vasculhada na casa, enquanto Tom Riddle cuidava de outros assuntos. Antes de matar o pequeno Harry, precisava se recuperar. Matar Lilian não estivera em seus planos e isso poderia atrapalhar na hora de fazer a sua coleçãozinha. Felizmente sabia de um feitiço para recompor, mesmo que não inteiramente, a ferida em sua alma, que não era para ter acontecido. O Comensal voltou com uma réplica da espada de Gryffindor. Não era a original, que se encontrava em Hogwarts, mas cumpriria o seu papel. Voldemort então apontou para a criança.
-Avada Kedavra! – Algo inusitado aconteceu. De repente, a maldição refletiu-se no menino, como se ele estivesse protegido por um escudo invisível. Voldemort sentiu-se ser arrancado de seu corpo. Ainda estava vivo, mas era menos que um fantasma. E uma grande explosão fez a casa ruir. Como ocorrera aquilo? Por que motivo?
O Comensal foi atirado longe e olhou espantado para tudo aquilo com a espada, agora inútil nas mãos. O que quer que seu Mestre queria fazer com ela não poderia mais ser feito. Seu mestre simplesmente desaparecera. Ele não estava morto, nem a criança. O Comensal aproximou-se dela e reparou que sua testinha sangrava, com um corte fundo. Perto de onde estivera seu Mestre estavam suas vestes atiradas no chão e um pedaço de uma varinha desconhecida, que parecia realmente antiga. Estranho! A ponta da varinha tinha desaparecido.
O Comensal ficou apavorado. Que estranho poder tinha aquela criança? Ele tinha sido o único a testemunhar a queda do Lord das Trevas, como evitar que seus companheiros o culpassem? Contaria apenas a Snape, que saberia o que fazer e ninguém mais precisaria tomar conhecimento de que ele estivera ali naquela noite.
Pouco mais tarde, Snape levava a Dumbledore a notícia da morte dos Potter, da sobrevivência de Harry e do desparecimento de Lord Voldemort e o diretor se encarregou de avisar ao resto do mundo bruxo, não sem antes mandar Hagrid resgatar o pequeno Harry, protegê-lo e cuidar dele até que o próprio Dumbledore tivesse tomado as providências necessárias para a sobrevivência do menino nos anos que estavam à sua frente.
Terminada a historinha, vem a parte com os SPOILERS.
O que não deu para colocar claramente acima é que acho que a cicatriz de Harry não foi provocada diretamente pela Avada Kedavra, mas pelo pedaço da varinha de Ravenclaw, que se partiu na explosão e foi lançada em seu crânio. O pedaço que continha o Horcrux que Voldemort acabara de fazer ao matar Tiago.
Na historinha vocês podem ver uma série de diferenças entre a minha proposta e a maioria das teorias de que Harry ou a cicatriz são a horcrux que falta ( além do medalhão, da taça e de Nagini). Nela, eu mantenho todas as horcruxes como algo feito deliberadamente por Voldemort, uma coisa que acho imprescindível preservar. Porque senão haveria montes de horcruxes por aí não planejadas. Não, elas têm que ser feitas deliberadamente.
Mas como Harry poderia ser uma horcrux feita propositalmente, se Voldemort tenta matá-lo tantas vezes? Justamente porque a horcrux foi feita na varinha ( ou outro objeto de Ravenclaw) e o fato dela ter penetrado no crânio de Harry é que não foi deliberado.
Voldemort não sabia que aquela Horcrux feito em Godric’s Hollow tinha ido parar lá. É claro que ele se preocupava com o que teria acontecido àquele pedaço de sua alma, mas não pôde cuidar disso até recuperar seu corpo e talvez tenha procurado durante o quinto ano de Harry, mas naquele momento a prioridade era a profecia.
Então ocorreu a luta no Ministério e, ao penetrar na mente de Harry, Voldemort compreendeu como o menino adquirira aquela estranha conexão com ele. Ele descobriu o paradeiro de sua horcrux. A partir daí, ele mudou sua tática. Não mais queria a morte de Harry. Snape lembrou a um comensal da morte, quando foge de Hogwarts no capítulo 28 de “Príncipe”, que Voldemort os proibiu de atacar Harry. Snape estava lembrando o outro. Quer dizer, não se trata de algo inventado por Snape. Voldemort realmente deu essa ordem. E “Príncipe” é um dos únicos livros ( com Azkaban) em que Harry não é atacado em nenhum momento por Voldemort ou seus comparsas. E justamente quando estes estão mais poderosos. Isso não é estranho?
Pois bem, acho que Voldemort vai baixar um pouco a guarda em relação a Harry, pois acredita que este não poderá matá-lo sem morrer primeiro. E isso será sua perdição.
E Harry vai descobrir que tem a horcrux dentro de si e vai descobrir o jeito de eliminá-la: atravessando o véu e voltando. Antes terá que fazer alguma coisa que o protegerá e permitirá sua volta ( atenção,esse expediente não poderá ser usado por Sirius, que não fez os mesmos preparativos, lamento). Mas a horcrux, dentro de sua cabeça, terá sido destruída.
A coluna já está imensa e não vou acrescentar algumas coisas, que parecem necessárias, como fundamentar melhor por que acho que Harry tem um horcrux dentro de si e por que Dumbledore não cogitou dessa possibilidade. Bem a fundamentação a rigor já foi feita no artigo sobre a cicatriz, mencionado no início desta coluna. Quanto às razões de Dumbledore, fica para depois que o livro sair no Brasil ( falta pouco, gente).
Outubro de 2005. P.S> Editei esta coluna para colocar as horcruxes no feminino, depois que a Rocco divulgou um capítulo que mostrava que essa tinha sido a opção da tradução oficial.