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Sexto filme da saga não fala apenas da missão do protagonista. Diretor preferiu dar mais espaço para vida adolescente em Hogwarts.

Harry, Ron e Hermione encaram sua sexta aventura.
(Foto: Divulgação/Warner)
Quem acompanha a saga de Harry Potter sabe que a vida do bruxo mais famoso do mundo é repleta de perdas. E agora, quando volta para o sexto filme da série, Harry terá que enfrentar mais uma. Em “Harry Potter e o enigma do príncipe”, que estreia nesta quarta-feira (15) no Brasil, o protagonista perde um de seus principais aliados.

A obra deixa tudo preparado para a última fase da aventura: “Harry Potter e as relíquias mortais” – o último capítulo, que será dividido em dois filmes que devem estrear, respectivamente, em 2010 e 2011.


É claro que nada disso é novidade para os fãs que acompanharam a vida de Harry pelos livros. Eles já estão cansados de saber quem é que vai bater as botas neste filme – mas até aí, a essa altura, eles também já sabem tudo sobre o final da série. Quem espera para ver os filmes, no entanto, é bom ir preparado emocionalmente e com uma caixinha de lenços.


Mas o filme não é só tristeza. Aliás, muito pelo contrário. Enquanto o anterior (“Harry Potter e a ordem da fênix”, de 2007) era mais sombrio e tratava praticamente apenas da luta de Harry contra as forças do mal lideradas por Lorde Voldemort, este é mais leve e abre espaço para a vida adolescente de Harry e seus amigos.

'Harry Potter e o enigma do príncipe'
estreia dia 15 (Foto: Divulgação)
O amor está no ar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. E como na vida de todo adolescente, os triângulos amorosos, as palavras mal-compreendidas e os corações partidos estão por toda a parte.

Depois de ter seu primeiro beijo, com Cho Chang, no filme anterior, Harry agora precisa lidar com uma paixão “proibida”: a irmã de seu melhor amigo. Gina Weasley, salva pelo herói em “A câmara secreta” e apaixonada por ele a distância desde então, cansa de esperar e arruma um namorado. É claro que é só aí que Harry se descobre encantado pela ruivinha. A fila anda, Harry.

Porque se é verdade que Harry, Rony e Hermione já estão escolados na luta contra o mal e não têm medo nem do Lorde das Trevas, o mesmo não se pode dizer quando o assunto são suas primeiras desventuras amorosas. Rony e Hermione, quase sumidos em “A ordem da fênix”, voltam parecendo muitas vezes protagonistas de uma pequena comédia romântica à parte dentro do filme. Seus encontros e desencontros são um merecido alívio para uma série que ao ser espremida de livro para filme tem compreensivelmente preferido deixar de lado os momentos mais leves para privilegiar a ação.

Harry também está bem diferente da última vez que foi visto na telona. No filme passado, então com 15 anos, ele era um adolescente revoltado, desobediente e mais propenso a resolver as coisas por si mesmo do que aguardar a “orientação” de um adulto. Um verdadeiro “aborrescente”. Agora, aos 16, ele volta sereno – e sarcástico. Mais à vontade com a própria adolescência e com o papel de “salvador” do mundo dos bruxos, Harry não tem problemas em ficar quieto e seguir o que o mais velho e mais sábio Alvo Dumbledore mandar. Ele só perde as estribeiras e parte para cima quando se vê frente à assassina de seu padrinho – e em defesa dele, a enlouquecida Belatriz Lestrange é de tirar mesmo qualquer um do sério.

Dumbledore orienta seu pupilo na Torre de Astronomia
(Foto: Divulgação/Warner)
Pela primeira vez na série cinematográfica, Harry é mostrado como um adolescente comum. Ele “cola” na aula de Poções, fica rindo à toa nos corredores durante aulas vagas, tira sarro dos professores e só não usa sua fama para conseguir uma garota porque Hermione não deixa. Se nos filmes anteriores o alívio cômico era praticamente uma responsabilidade exclusiva de Rony, em “Enigma”, Harry é o dono das piadas mais frequentes e mais engraçadas.

Se você espera ver um “enigma”, no entanto, vai ficar desapontado. A história do “príncipe mestiço”, que dá nome a livro e filme, não tem nem perto da importância que teve no texto escrito. Passa tão rapidinho que a gente só lembra dela lá na revelação final. O diretor David Yates (que também assinou “A ordem da fênix”) preferiu dividir o espaço entre a vida em Hogwarts e a preparação para o último capítulo da saga. E funcionou. Em suas duas horas e meia, “O enigma do príncipe” é o mais equilibrado dos últimos três filmes de Potter – verdade seja dita: os três primeiros, vindos de livros bem mais curtos, com certeza deram menos dor de cabeça para o diretor e os roteiristas. Sobrou até espaço para o quadribol, o esporte favorito de Harry e muito querido (e cobrado) pelos fãs.

Gina Weasley e Harry Potter se aproximam no sexto filme.
(Foto: Divulgação/Warner)
Quem for ao cinema sem saber nada do universo de Potter vai ficar um pouco perdido. Mas isso é compreensível: você não esperava pegar uma obra em seu penúltimo capítulo e entender tudo o que está acontecendo, não é? Mas os iniciantes na Pottermania vão se divertir com a vida em Hogwarts e tentar acompanhar qual é a desse tal de Tom Riddle que aparece tanto nas lembranças de Alvo Dumbledore.

Aqueles fãs que levam os livros debaixo do braço para a fila do cinema podem ficar um pouco chateados com algumas mudanças de roteiro. David Yates toma a liberdade de alterar cenas “clássicas” do livro, incluir e retirar batalhas e até fazer Harry chamar uma jovem garçonete “trouxa” para um encontro.

Mas os fãs dos filmes e aqueles que já entenderam que é impossível colocar todos os detalhes de um livro de mais de 500 páginas na telona vão se deliciar com o melhor que o mundo Potter tem a oferecer: mistérios e ação, com uma pitada de humor e, claro, muita, mas muita magia.

Vide: G1.

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