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Por Diversos — Maio de 2007

Primeiramente, gostaria de expressar minha felicidade de poder escrever sobre esta minha grande paixão, que é o mundo criado por Jô. Agradeço à Luana pela compreensão, atenção e oportunidade. Espero sinceramente corresponder á altura.

Nessa, que espero ser a primeira de muitas colunas, escolhi um dos temas mais intrigantes de toda a série: Snape e sua verdadeira lealdade. Para tanto fiz uma análise detalhada da importância de Snape em todos os livros da série e da maneira que ele foi utilizado por JK. Rowling.

Para falar a verdade, a grande maioria das interrogações que serão por mim citadas nos trechos a seguir, são respondidas por Snape em Príncipe. Porém, a discussão é mais profunda, propondo uma probabilidade de o Príncipe Mestiço estar mentindo para Belatriz e Narciza. Contudo acredito que Snape foi sincero.

Vamos às análises da importância do Príncipe Mestiço em cada livro:

- Pedra Filosofal: No livro inicial da série, quando Harry vê Snape pela primeira vez, sente certa antipatia pelo professor, demora seu olhar ao observá-lo. Mais tarde essa antipatia se torna recíproca.

A história vai se desenvolvendo com a antipatia de ambos e Snape acaba se tornando mais tarde suspeito pelo atentado à Harry durante o jogo de Quadribol e pela tentativa de roubar a Pedra Filosofal. No final vemos, porém que Snape estava tentando salvar Harry, e que o culpado por os dois incidentes antes citados eram Quirrell/Voldemort. Aí então Dumbledore defende Snape pela primeira vez; situação que passa a acontecer com freqüência nos próximos livros.

“- Quirrell disse que Snape…

- O Professor Snape, Harry.

- Sim senhor, ele… Quirrell disse que ele me odeia porque odiava meu pai. Isso é verdade?

- Bom, eles se detestavam bastante. Mas não diferente de você com o senhor Malfoy. E, além disso, seu pai fez uma coisa que Snape nunca pôde perdoar.

- O que?

- Salvou a vida dele.

- O que?

- E… - disse Dumbledore sonhador – Ë é engraçado como a cabeça das pessoas funciona não é mesmo? O Prof. Snape não conseguiu suportar o fato de estar em dívida com seu pai. Acredito que tenha se esforçado para defender você este ano porque achou que isso o deixaria quite com seu pai. Assim poderia voltar a odiar a memória do seu pai em paz.” (Página 255 e 256 de Harry Potter e a Pedra Filosofal)

A partir trecho pode-se chegar a muitas conclusões: Dumbledore mostra-se totalmente confiante em Snape, assim propondo uma solução intrigante para o quebra cabeça. Mas se Snape estava tentando pagar tal dívida protegendo o garoto, porque sempre pegava tanto no pé de Harry nas aulas? Eu chego à conclusão, então, de que Dumbledore estava errado em relação à Snape.

Todo esse inicio de história vai acabar mais tarde com a morte do diretor de Hogwarts. Mas Dumbledore era um grande gênio. Por que então, caiu na história da carochinha? Como disse Snape, por que ele afetou o coração do diretor com um sentimento que diretor tanto admirava: o arrependimento. E o diretor de Hogwarts é sempre otimista em relação a tais sentimentos. Retornando ao livro 1, creio que Snape sempre esteve do lado de Voldemort. Mas agora há também outro ponto curioso de Pedra, pouco citado e discutido: o fato de Tiago ter salvado Snape no passado. Este tema nunca mais foi discutido e muito pouco se sabe sobre ele. Portanto, não me surpreenderia se isso voltasse a ser lembrado em Deathly Hallows.

Câmara Secreta: Participação realmente apagada no que se diz respeito a sua lealdade à Voldemort. Até mesmo por que a história se concentra em Tom Riddle.

- Prisioneiro de Askaban: Snape mostra-se toda hora contra Lupin, temendo que o mesmo pudesse mudar a opinião de Dumbledore sobre ele. A antipatia de Harry em Snape se acentua cada vez, como um processo natural. E o ponto clímax de Snape na historia acontece quando se mostra contra Sirius Black. (Para os interessados, Capítulo Dezoito de HP e o Prisioneiro de Askaban). Esta questão me intriga, pois se Snape acreditava que Black era seguidor de você-sabe-quem, por que não o tentou ajudar aliando-se a ele? Aí entra a justificativa de que ele não poderia se arriscar a fazer nada contra os queridinhos do diretor. Isso tudo faz muito sentido. Ou seja, conhecemos um Snape frio e calculista, além de infinitamente inteligente.

- Cálice de Fogo: Participação pequena, porém de grande importância: Primeiramente, durante o baile de inverno, Harry escuta acidentalmente um trecho da conversa entre Snape e Karkaroff.

“- Não vejo com que se preocupar, Igor.

- Severo, você não pode fingir que isto não esta acontecendo! Tem se tornado cada vez mais nítida nos últimos meses. Estou começando a me preocupar seriamente, não posso negar.

- Então fuja – disse a voz de Snape secamente. – Fuja, eu apresentarei suas desculpas. Eu, no entanto, vou permanecer em Hogwarts. (Página 338 de Harry Potter e o Cálice de Fogo)

Deste trecho conclui-se que Snape percebia tudo o que estava acontecendo em relação à merca negra e nunca avisou nada a Dumbledore. Pelo contrario, fingia que nada acontecia. E mais, ele acreditava que Voldemort estava para retornar, e, no entanto, não tinha medo de você-sabe-que. Sabia que iria continuar em Hogwarts, porém sem trair suas origens interligadas à Voldemort. E foi o que ele acabou fazendo, ficando em Hogwarts, mas como espião dentro da ordem da fênix, pois assim seria mais útil do que muitos dos comensais. E isso acaba sendo realmente importante em Príncipe.

Há também o episódio da penseira, onde Karkaroff cita o nome de Snape como Comensal da Morte. Dumbledore, no, entanto não considera o nome perante o conselho. Isso só serve para reforçar a idéia de que o velho bruxo confiava em Snape incondicionalmente. E mais, que Snape somente ficou em Hogwarts porque lá dentro tinha a proteção de Dumbledore. Ou seja, precisava da confiança do velho bruxo para não ir parar em Askaban.

- Ordem da Fênix: Este é o livro mais intrigante para a comprovação da fidelidade de Snape ao Lorde das Trevas, em minha opinião. Lembro-me bem que, quando foi lançada Ordem, todos esperam encontrar Snape do lado Daquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Entretanto vimos Snape firme e forte ao lado de Dumbledore. (pelo menos era isso o que aparentava) Snape também ganha o papel de dar aulas de oclumência à Harry, porém ao invés disso ele só abre ainda mais a mente de Harry para Voldemort.

- Enigma do Príncipe: Obviamente, Snape ganha mais destaque, pois o titulo original do livro é dirigido a ele: O Príncipe Mestiço.

No livro 6, todo um plano culmina na morte de Alvo Dumbledore, e ao meu ver a autora já revela a verdadeira identidade de Snape ali mesmo: uma pessoa inicialmente até quem sabe boa, porem corrompido, e finalmente extremante arrogante e ruim, que usava seus poderes das piores formas possíveis. Uma pessoa que tinha queda para magia negra, se aliou a Voldemort, foi parar ao lado de Dumbledore por ordem de seu mentor e que depois da queda de Voldemort, viu no diretor uma chance para manter-se fora de Askaban. Porém, quando o Lorde das Trevas retorna, decide reanimar toda sua fidelidade e cumplicidade ao mestre jamais esquecido, espionando a Ordem da Fênix. É nesse livro também que Severo tem uma conversa com Belatriz e Narciza, e que aparentemente confirma lealdade ao Lorde das Trevas, sendo bem convincente em seus argumentos. Toda a trajetória que citei brevemente no parágrafo anterior será reafirmada e comprovada com base no diálogo de Snape com Narcisa e Belatriz.

Em minha opinião, Snape irá lutar ao lado de Voldemort em Deathly Hallows. Ele lhe é fiel e um grande partidário, que contou uma história da carochinha para Dumbledore. Confira um trecho do tão comentado diálogo entre Snape, Narciza e Belatriz:

“- Representei bem o meu papel – afirmou snape. – E você está se esquecendo da maior fraqueza de Dumbledore: acreditar no melhor das pessoas. Contei-lhe uma historia de profundo remorso quando entrei para seu quadro docente, recém-saído dos meus dias de Comensal, e ele me recebeu de braços aberto”. (página 30 de Enigma do Príncipe) Quando Voldemort caiu, Snape viu em Dumbledore uma proteção para continuar livre de Askaban. O tempo passou, Harry Potter chegou a Hogwarts e Snape nunca tentou matá-lo porque não seria tolo de fazer isso bem na frente de Dumbledore. Perderia uma proteção como essa? Obviamente, não! Confira outro trecho da conversa:

“- Você ainda não me entendeu? Foi a proteção de Dumbledore que me manteve fora de Askaban. Você discorda que seu eu tivesse matado seu aluno favorito ele teria se voltado contra mim?” (Página 30 de Enigma do Príncipe)

Porém ainda há mais uma justificativa não comprovada: Por que Snape não se reuniu aos Comensais da Morte após o retorno de Voldemort? E quem responde a pergunta é o próprio Príncipe mestiço:

-“ Recebi ordens para permanecer na retaguarda. Quem sabe você discorda do Lorde das Trevas, quem sabe você acha que Dumbledore não teria reparado se eu fosse me reunir aos comensais da Morde para combater a Ordem da Fênix? ...” (Página 29 de Harry Potter e o Enigma do Príncipe)

Bem, acima estão as principais justificativas para os passos de Snape durante toda a série. Ou seja, ficou na retaguarda durante anos para não perder a proteção de Dumbledore, e serviu como espião dentro da ordem da Fênix, passando informações importantíssimas para Voldemort. E como os demais não o procurou após seu sumiço porque o considerava morto.

Finalizando, Snape será uma pedra no caminho de Harry em Deathly Hallows. Acredito que ele irá tentar atrapalhar Harry de alguma forma na busca pelas Horcruxes. E, quem sabe poderá haver um conflito entre eles. (torço por isso, porque em minha opinião Snape é uma dos grandes vilões da série, e infelizmente Dumbledore errou em seu julgamento).

Agradeço pela oportunidade e espero ter correspondido á altura, esclarecendo meus pontos de vista e opiniões. Agradecimento especial a Luana que se mostrou paciente e atenciosa comigo. Espero ter ainda outras oportunidades para expor minhas idéias.

E quero dizer que a cada dia passo a crer ainda mais que nosso herói sobreviverá no final da série!

Fale comigo:fernandoborb@hotmail.com