Se há um animal capaz de causar pesadelos, esse animal é o manticore. Ele não apenas é o orgulhoso pai de Hagrid como também seu nome significa “devorador de homens” em persa, seu passa tempo favorito – você já deve ter adivinhado – é devorador de humanos.
Descrito pela primeira vez no século V a.C. pelo médico grego Ctésias (que também foi o primeiro a falar sobre o unicórnio * ), o manticore vive nas florestas da Índia, onde sua força, velocidade e violência fizeram dele o predador mais perigoso das redondezas. Apesar de seu corpo avermelhado e peludo se parecer com um leão, diz Ctécias, tem um rosto humano, uma voz melodiosa e uma cauda extraordinária, parecida com a de um escorpião e cheia de dardos venenosos. O manticore pode atirar esses dardos em qualquer direção, atingindo essa presa a uma distância de até 30 metros. Depois que uma vítima fosse atingida por veneno de efeito rápido, o manticore estava pronto para entrar em ação. Cada uma de suas mandíbulas possui três fileiras de dentes afiados que vão de orelha a orelha e que são perfeitos para reduzir seu prato preferido – os humanos – a pedacinhos. Possuidor de um bom apetite, o manticore devora suas vítimas por inteiro, inclusive crânio, ossos, roupas e bens. Quando alguém desaparecia de uma aldeia na floresta sem deixar rastros, ficava claro que um manticore estava por perto.
Assim como muitas criaturas fantásticas da antiguidade, acreditava-se que o manticore existia de verdade, e o relato de Ctésias foi reproduzido posteriormente por peritos, entre eles Aristóteles e o naturalista romano Plínio o Velho. No século II d.C., no entanto, quando ainda não se havia encontrado nenhum espécime do manticore outras explicações para as supostas aparições surgiram. Pausânias, escritor e viajante grego, propôs a teoria de que a criatura em questão era, na verdade, um tigre comedor de homens, hoje conhecido como tigre-de-bengala. Apesar da crença no manticore não ter sobrevivido, seu mito inspirou muitos artistas e ilustradores e ele se tornou símbolo da maldade.
Cálice de Fogo, 24.
Categories:
Manual do Bruxo
Postar um comentário
— Harry Potter aos Olhos de Trouxas —